Avaliação naturalística do desenvolvimento de bebês gêmeos em ambiente familiar
O objetivo deste projeto é compreender como fatores genéticos, ambientais e comportamentais se combinam para promover o desenvolvimento, a saúde e o bem-estar dos gêmeos desde os primeiros meses de vida. Para isso, realizamos avaliações diretamente nas casas das famílias de bebês gêmeos, de modo sensível e cuidadoso, usando a Escala de Desenvolvimento do bebê e da criança pequena Bayley-III. Essa avaliação tem sido feita inicialmente aos 3 e 6 meses de idade, por duas pesquisadoras treinadas que avaliam as habilidades de Cognição, Linguagem e Desenvolvimento Motor durante a interação com os bebês. Também anotam as respostas dos pais aos questionários Socioemocional e de Comportamento Adaptativo. Apesar do desafio de administrar as escalas Bayley no ambiente familiar de recém-nascidos gemelares, estas visitas domiciliares têm evidenciado uma maior compreensão do desenvolvimento a partir de comportamentos espontâneos, que embora em uma situação estruturada de avaliação, emergem naturalmente, possibilitando a pontuação das escalas, contribuindo para a validade dos dados obtidos e entendimento de como os gêmeos se desenvolvem, em seu contexto real.
Os resultados dessa pesquisa contribuirão com o entendimento sobre como a corionicidade (número de placentas), prematuridade e baixo peso ao nascer, influenciam a trajetória das habilidades avaliadas. Conhecimentos importantes para aprimorar os cuidados em saúde, na educação e no planejamento de intervenções ligadas ao desenvolvimento saudável dos gêmeos desde os primeiros meses de vida. Este subprojeto faz parte do Projeto Temático “Painel USP de Gêmeos: pesquisas sobre comportamento, saúde e bem-estar de gêmeos” da FAPESP (No. Processo: 2022/02107-6).
Bayley, N. (2018). Bayley – escalas de desenvolvimento do bebê e da criança pequena – terceira edição: manual de administração [Bayley Scales of Infant Development: Third Edition]. São Paulo: Pearson Clinical Brasil.
Dahl, A. (2017). Ecological commitments: Why developmental science needs naturalistic methods. Child Development Perspectives, 11(2), 79–84. https://doi.org/10.1111/cdep.12217